segunda-feira, 30 de setembro de 2013

...em uma publicação especializada

A mortalidade de traças é alarmante.
São arrancadas de seus casulos alpinistas sem mandados de despejo, a chineladas. Insetos aguerridos, chateiam havaianas no dia seguinte um palmo acima da marca alcançada anteriormente. Lentas, as traças, não podem ser acusadas de medrosas pois se esquivam e lutam até o fim.
Porque esse apego todo a possibilidade, sempre remota, de nascer? A resposta é duvidosa.
Alguns especialistas no MIT afirmam que "dadas as circunstancias adversas, as traças desenvolvem um senso intelectual de sobrevivência". Como? Estudantes de microbiologia da Universidade de Joanesburgo, cidade conhecida pela comercialização de traças como alimento para os moradores do distrito 9, descobriram em testes recentes o poder de absorção de conteúdo acadêmico/intelectual pelo inseto e sua predisposição a sinterizar o conteúdo de modo a "enriquecer" sua vida. "Notamos que a qualidade do papel é fator determinante para a alimentação da traça (...) mas pode ser ignorado dependendo do seu conteúdo".
Uma experiência curiosa foi a origem de um estudo elaborado do caso por um aluno de insetologia dinamarquês de passagem pelo rio de janeiro. Morador de um "apartamento" (apelidado de Bunker de Bicho pelo próprio estudante) na Lapa, o rapaz observou com atenção a interação das tracas com seu material de estudo. "Meus livros sobre insetos eram devorados com avidez pelas pequeninas. Até ai, previsível, a pesar dos livros serem em dinamarquês. O que me impressionou, alem da facilidade de entendimento de uma língua estrangeira, foi que a bíblia velha da senhoria foi devorada lentamente, porem só o capitulo da gênesis. Depois elas buscavam algo mais tranquilo. Destruíram o On The Road e sumiram". Apos esse caso o rapaz fez das tracas seu objeto de estudo e procura por sebos baratos para repor os livros, mas não pretende se mudar do "bunker".

Novos horizontes para esse inseto guerreiro e com mania de escalar paredes antes mesmo de nascer tem se revelado a cada novo estudo realizado. O próximo, inclusive, tem tudo para chocar a comunidade cientifica. É possível que as tracas sejam, na sua fase adulta (cerca de 1 dia e meio apos a eclosão do casulo), tão inteligentes quanto golfinhos e mais radicais que humanos adultos do sexo masculino frequentadores de happy hours.