A mortalidade
de traças é alarmante.
São
arrancadas de seus casulos alpinistas sem mandados de despejo, a chineladas.
Insetos aguerridos, chateiam havaianas no dia seguinte um palmo acima da marca
alcançada anteriormente. Lentas, as traças, não podem ser acusadas de medrosas
pois se esquivam e lutam até o fim.
Porque esse
apego todo a possibilidade, sempre remota, de nascer? A resposta é duvidosa.
Alguns
especialistas no MIT afirmam que "dadas as circunstancias adversas, as
traças desenvolvem um senso intelectual de sobrevivência". Como? Estudantes
de microbiologia da Universidade de Joanesburgo, cidade conhecida pela
comercialização de traças como alimento para os moradores do distrito 9,
descobriram em testes recentes o poder de absorção de conteúdo
acadêmico/intelectual pelo inseto e sua predisposição a sinterizar o conteúdo
de modo a "enriquecer" sua vida. "Notamos que a qualidade do
papel é fator determinante para a alimentação da traça (...) mas pode ser
ignorado dependendo do seu conteúdo".
Uma
experiência curiosa foi a origem de um estudo elaborado do caso por um aluno de
insetologia dinamarquês de passagem pelo rio de janeiro. Morador de um
"apartamento" (apelidado de Bunker de Bicho pelo próprio estudante)
na Lapa, o rapaz observou com atenção a interação das tracas com seu material de
estudo. "Meus livros sobre insetos eram devorados com avidez pelas
pequeninas. Até ai, previsível, a pesar dos livros serem em dinamarquês. O que
me impressionou, alem da facilidade de entendimento de uma língua estrangeira,
foi que a bíblia velha da senhoria foi devorada lentamente, porem só o capitulo
da gênesis. Depois elas buscavam algo mais tranquilo. Destruíram o On The Road
e sumiram". Apos esse caso o rapaz fez das tracas seu objeto de estudo e
procura por sebos baratos para repor os livros, mas não pretende se mudar do
"bunker".
Novos
horizontes para esse inseto guerreiro e com mania de escalar paredes antes
mesmo de nascer tem se revelado a cada novo estudo realizado. O próximo,
inclusive, tem tudo para chocar a comunidade cientifica. É possível que as
tracas sejam, na sua fase adulta (cerca de 1 dia e meio apos a eclosão do
casulo), tão inteligentes quanto golfinhos e mais radicais que humanos adultos
do sexo masculino frequentadores de happy hours.